domingo, 24 de maio de 2020

ESTÁGIO MOINHO DE PAPEL 2019





No formato de estágio/aprendiz fiz com minha amiga  Laís Guaraldo professorada Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN, todas as etapas necessárias para a fabricação de papel manual de algodão realizada no Museu Molí Paperer de Capellades/ Museu de la Ciência i de la Técnica de Catalunya – Espanha.
A orientação teórica e prática teve apoio da diretora do museu Victòria Rabal i Merola, e aconteceu no período de 14 a 24 de julho de 2019.

O Museu Molí Paperer de Capellades/ Museu de la Ciência i de la Técnica de Catalunya está centrado em um antigo moinho de papel “Molí de la Vila”, e conserva a estrutura própria dos moinhos papeleiros do século XVIII.
Entre os séculos XVIII e XIX, Capellades e seu entorno constituíram um dos centros papeleiro mais importantes do Estado espanhol. Fundado em 1958 por um grupo de industriais papeleiro, o Museu-Molí Paperer de Capellades nasceu com dupla estrutura: museu e moinho. Aonde se unem e se complementam a difusão do patrimônio histórico e industrial na fabricação do papel, graças à continuidade da prática com atividade artesanal do papel feito a mão: esta dualidade lhe proporciona seu carácter único.



Elaboração do papel no museu


Utilizou-se como matéria prima um lençol usado de solteiro, branco e 100% de algodão, como estava descrito na etiqueta.
Picou-se o tecido em pequenas tiras colocado-as de molho em água (normal de torneira) por 24 horas, depois foram refiladas na Pila Holandesa máquina que substituiu o antigo processo usado pelos fabricantes de papel. Este equipamento sucedeu as estruturas de madeira em forma de pilões acionados por moinhos d’água as quais “socavam” por horas (em torno de 30 horas) o tecido até a celulose do algodão se soltar.




Além de experienciar a produção, o museu possui uma biblioteca específica sobre a história,   fabricação, conservação e restauro do papel. Nas horas vagas pude consultar algumas edições que não teria acesso no Brasil e nem em Portugal. A vivência na produção do papel manual e o estágio pós- doutoral    em conservação e restauro de documentos gráficos na Universidade Nova de Lisboa somaram significativamente meu conhecimento sobre esse material frágil. Ele é amplamente utilizado desde sua descoberta como suporte de informação habitando diversos arquivos, bem como, escolhido pelos artistas para suas obras .
O cuidado com obras sobre o papel deve ser redobrado.





sábado, 23 de maio de 2020

PÓS DOUTORADO 2019-2020


Em fevereiro de  2019 iniciei o Pós Doutorado em Portugal com o projeto Documentação Gráfica: estudo, conservação e restauro de obras sobre o papel, supervisionado pela Profª Dra. Maria da Conceição Lopes Casanova do Departamento de Conservação e Restauro da Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciência e Tecnologia. O projeto teve a duração de 12 meses e com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão - FAPEMA - EDITAL Nº 006/2019 PÓS-DOUTORADO NO EXTERIOR.


Universidade Nova de Lisboa - Campus Monte da Caparica - Portugal

Pude participar de disciplinas do curso de Conservação e Restauro (graduação e mestrado) e no Laboratório DG realizar trabalhos práticos de diagnóstico e de restauro em documentos gráficos.
Minha turma e supervisora foram muito importante neste período de além mar.

Supervisora Conceição, pesquisadora Cataria e colegas do curso de Conservação e Restauro

Profa. Élida, Ana Maria (secretária), Catarina, eu, outras imagens do Lab DG


 MUSEU NACIONAL DE HISTÓRIA NATURAL E DA CIÊNCIA  – MUHNAC

Além das atividade da Universidade também fiz outras pesquisas em Portugal. Uma delas realizei no MUHNAC, lá investiguei  publicações de botânica do século XVIII, gravuras da Flora Medicinal, documentos históricos. Tive o apoio de dois investigadores do museu, Ana Pascoal e David Gregório,  que me auxiliaram muito durante os meses que estive no local.
Em um dia teve o prazer de receber a Dra Maria Helena Roxo Beltran a Lena ( foi minha orientadora do doutorado na PUCSP) que gostou muito do museu e da investigação que fazia.



Com Lena, fachada do MUHNAC e sala de pesquisa


I CONGRESSO INTERNACIONAL DE HISTORIA DA CIÊNCIA E ENSINO PORTUGAL

Participei de 30,31 de Maio de 1 de Junho do 1º Congresso Internacional de História da Ciência e Ensino promovido pela Universidade Trás-dos-Montes UTAD em Vila Real - Portugal. Apresentei o trabalho "A formação do artista botânico no século XIX: fronteira entre ciência e arte". O evento foi muito bem organizado com direito a passeio pela região no ultimo dia do congresso. Encontrei pessoas queridas como a Lena (PUCSP), Mirra, Deivid  e a Marta (MAST)



I COLÓQUIO INTERNACIONAL A IMPRENSA NACIONAL: 
250 ANOS DE HISTORIA. O LIVROS, OS SABERES E O ESTADO

Outro evento que participei com apresentação de trabalho ocorreu nos dias 28 e 29 de novembro 2019, na  Universidade Autónoma de Lisboa – UAL – Lisboa com apoio da Imprensa Nacional e Casa da Moeda - INCM.
O título da apresentação: A FLORA FLUMINENSE DE FREI VELOSO E AS PUBLICAÇÕES DA CASA LITERÁRIA DO ARCO DO CEGO: considerações sobre a imagem impressa.










ARTIGOS PUBLICADOS

Artigo publicado em 2019

A FORMAÇÃO DO ARTISTA BOTÂNICO NO SECULO XIX: fronteira entre ciência e arte

Resumo:

A imagem botânica percorreu tendências e possibilidades técnicas singulares ao longo da sua história. Diferentes teorias influenciaram na representação das imagens das plantas, bem como a importante relação entre artista, desenhista, gravador e cientista, uma confluência entre teoria e prática - ciência e arte – apresentadas em edições fundamentais da historiografia botânica. Houve, portanto, a necessidade de formação do ilustrador para as edições científicas e de distingui-lo do artista paisagista ou pintor de flores. Contudo, essa distinção foi tênue, levando-se em conta que a própria Taxonomia de Lineu, com a publicação da obra Systema Naturae (1735), por destacar a flor na classificação, fez com que as imagens científicas estivessem muito próximas às pinturas florais decorativas. Necessitou-se da parceria do artista com o botânico, uma combinação que não ficou reservada às edições de livros e trocas de informações teóricas, mas difundiu-se igualmente na metodologia de ensino em botânica.

Cabe notar que, além de desenhos ou gravuras para o aprendizado, também existiam tratados e manuais direcionados para a formação inicial do artista botânico. Este trabalho pretende mostrar que a instrução do ilustrador botânico era complexa e dependia substancialmente de esforços colaborativos entre o cientista e o artista. Principalmente na sua integração às concepções e orientações científicas para se diferenciar do pintor comum, e não apenas da habilidade artística.

Palavras-chave:  História da Ciência. Artista botânico. Ensino.

PUBLICADO:
REVISTA HISTÓRIA DA CIÊNCIA E ENSINO: CONSTRUINDO INTERFACES,
 v. 20, p. 823-835, 2019 - ISSN/ISBN: 21782911 (Qualis B3)

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