terça-feira, 18 de julho de 2023

EXPOSIÇÃO EXTENSÃO A IMAGEM SOBRE O PAPEL - 2022-2023

 Mais uma turma finaliza a extensão  A IMAGEM SOBRE O PAPEL: ações artísticas como meio de promover a educação ambiental. Foi um ano de muito trabalho e aprendizado, acredito que os participantes terão um novo olhar para as obras feitas sobre o papel, bem como, com a preservação do meio ambiente. Teve intervenção na cidade com lambe de gravuras, oficina de monotipia para alunos da Pós-graduação no CEUMA  e a exposição como trabalho final. A turma composta por: Alecio Lopes, Camila Moraes, Islanny Vitória, Lady Ferreira, Luis Sá e Nielly Aguiar. Para ver mais sobre os trabalhos ver no Instagran @gepipa_ufma



Intervenção no centro histórico com as gravuras

Oficina de monotipia com os alunos da pós-graduação do CEUMA


No atelier







quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

 DOAÇÃO DE PRENSA XILOGRÁFICA

Em janeiro de 2023, nosso projeto de extensão recebeu um presente precioso, uma prensa xilográfica.  O doador é o artista maranhense Wal Paixão que declarou no dia 24 de janeiro de 2023 " a DOAÇÃO de minha prensa xilográfica ao grupo de extensão A IMAGEM SOBRE O PAPEL, aprovado pela Câmara de Pesquisa – UFMA, em 26/12/22, coordenado pela professora Dra Regiane Aparecida Caire da Silva, do Departamento de Artes Visuais da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, de forma definitiva, irrevogável e irretratável, sem quaisquer ônus ou encargos. A prensa ficará no “Casarão Azul”, local onde ocorrem a pesquisa e a extensão dos cursos de artes da referida universidade."

Essa prensa imprimiu muitos trabalhos  do Wal (eu tenho três), foi nela que o artista começou no mundo gravura para não largar mais. Hoje ele vive integralmente para seu trabalho, o que me dá muito orgulho, pois no  início de sua carreira, ele participou  da minha primeira versão da extensão, em 2015. Espero que meus alunos se inspirem nele.




Agora temos três prensas:  de metal/xilo, de serigrafia  (esta eu trouxe de Sampa, trabalhei  muito nela fazendo gravuras) e a de xilo. 

ARTIGOS E EVENTOS EM 2022

 ARTIGO:

A XILOGRAFIA E O LIVRO DE HORAS: a tecnologia de reprodução da imagem nos primeiros livros impressos. Revista História da Ciência e Ensino: Construindo Interfaces 

Autoras: Regiane Aparecida Care da Silva; Maria da Conceição Casanova

Resumo: A investigação trata dos primeiros livros impressos, os incunábulos. A tipologia escolhida foi o Livro de Horas, objeto repleto de imagens, destinado à oração em contexto laico. Estudou-se dois livros: o Horae ad usum Romanum (1493) e o Devote ghetidē vanden levē en̄passie ihū cristi (1498). Objetivou-se comparar a solução gráfica nas duas edições, a repetição da gravura xilográfica relacionada à memória visual e o recurso da cor, com destaque para os fazeres e saberes gráficos do medievo. O resultado mostra que apesar da possibilidade reprodutiva da imagem impressa com a redução de custo, esse recurso foi pouco utilizado nas obras e a estética visual atendeu a públicos diferentes.

Palavras-chave: Livro de Horas, Incunábulo, Xilografia.

VER O ARTIGO COMPLETO AQUI


RESUMOS PUBLICADOS - ANAIS DO IV SIMPÓSIO INTERNACIONALINTERDISCIPLINAR CULTURA E SOCIEDADE - PGCULT  - UFMA - 2022

 A IMAGEM GRÁFICA NA COLEÇÃO ARTHUR AZEVEDO: estudo dos processos de impressão e da conservação preventiva do papel
Autores: Regiane Aparecida Caire da Silva; Lucas Malheiros Araújo

Resumo:
O objeto de estudo deste trabalho são duas revistas impressas no século XIX: Le Moniter De La Mode: Les Mode Parisiennes e do álbum Nos Actrices. As edições foram feitas por diferentes impressores e artistas e fazem parte do acervo da Coleção Arthur Azevedo que está em posse do governo maranhense em sua sede situado no Palácio dos Leões. A pesquisa buscou identificar o possível método de impressão utilizado para criar as obras, para tal, o utilizou-se o uso de fotografias, lupas e outros artifícios para chegar a conclusões mais próximas do real, além do referencial teórico para entender os processos. Observou-se que as imagens dessas duas coletâneas são gravuras com técnicas de impressão que, provavelmente, são distintas uma da outra. O trabalho resultou também no levantamento sobre o acervo da Coleção Arthur Azevedo, a aplicação de cores supostamente utilizadas no século XIX e também sobre o mesmo século estudou a preferência do uso de algumas das técnicas de impressão, como alguns exemplos: a xilografia que é a técnica de impressão em que usa a matriz de madeira e o relevo dessa placa de madeira irá resultar a imagem, já a calcografia usa do metal como matriz e o encavo será o responsável em compor a imagem para o suporte papel e a litografia que é conhecida também como planografia pois sua matriz, frequentemente utiliza a pedra, a imagem vem do resultado de um desenho em uma placa plana com o complexo processo químico em que separa a gordura e a água, passando somente o desenho para o papel. O estado de conservação foi analisado visualmente e encontradas patologias ocasionadas devido ao tempo em que essas obras datam. A pesquisa gerou alguns pontos para desdobramentos futuros, como o tema feminino nos impressos do século XIX, presença marcante nas obras estudadas.


 A LITOGRAFIA DE SÉBASTIEN SISSON E A FOTOGRAFIA DE VICTOR FROND: processos gráficos inovadores do oitocentos
Autoras: Regiane Aparecida Caire da Silva; Amanda Moraes; Valéria Eulina Pereira 

Resumo:
Este trabalho trata da produção litográfica do artista francês Sébastien Auguste Sisson (1824-1898) e o fotografo Jean-Victor Frond (1821-1881), ambos estiveram no Rio de Janeiro e se destacaram utilizando a gravura litográfica e a fotografia no período oitocentista. A escolha dos dois foi por utilizarem os métodos de reprodução da imagem inovadores naquele momento. Cabe frisar que a litografia, descoberta pelo austro-alemão Alois Senefelder em 1798, desempenhou um papel fundamental na impressão da imagem ao longo do século XIX e o início do processo fotográfico esteve diretamente ligado a gravura. No caso de Frond o seu registro fotográfico era passado para a litografia, deste modo não há tanta interpretação do artista gravador, resultando, de modo geral, a uma cópia mais próxima da realidade.  Outro ponto importante da escolha é que o trabalho de Sisson e de Frond pode ser encontrado no acervo gráfico reunido pelo dramaturgo maranhense Arthur Azevedo (1855-1908). O acervo conhecido como a Coleção Arthur Azevedo foi coletado por Azevedo, durante três décadas em que viveu no Rio de Janeiro (1873-1908). Inicialmente o acervo possuía 23.000 itens, mas passou por muitas instituições públicas e algumas obras acabaram se perdendo. Atualmente o acervo contabiliza um montante de aproximadamente 16.000 objetos, como exemplares de gravuras, livros, álbuns e pinturas. A Coleção está sob a salvaguarda do Governo do Estado do Maranhão desde 1910. Partindo daí, objetiva-se investigar a construção do olhar desses artistas a respeito da iconografia carioca e os recursos da reprodução da imagem que utilizaram. Levanta-se também considerações acerca do Rio de Janeiro, que durante o estabelecimento da corte portuguesa, em 1808, aconteceram inúmeras transformações da colônia em sede do Império Português, que influenciaram uma série de eventos tanto no aspecto físico quando no social, e no âmbito cultural. A partir da metodologia qualitativa descritiva utilizou-se do respaldo teórico para as questões gráficas os autores Cardoso (2009), Ivins (1875), Ferreira (1994), Costella (2006);  sobre a Coleção Arthur Azevedo o pesquisador Frederico Silva (2014), sobre a produção litográfica de Sisson consultou-se  Pereira (2019) e Menezes (2008), sobre o fotografo Victor Frond  as autoras Caire Silva e Carvalho (2021), sobre as questões historiográficas do Rio de Janeiro a historiadora Enders (2015), entre outros.




RESUMO EXPANDIDO EM  XII ENCONTRO INTERNACIONAL A IMAGEM MEDIEVAL: HISTÓRIA E TEORIA, 2022, São Paulo. As imagens nos manuscritos medievais. São Paulo: FFLCH/USP.

 A ILUMINURA E A IMAGEM XILOGRÁFICA NOS PRIMEIROS LIVROS IMPRESSOS:
considerações sobre o uso da cor no livro de hora.
Autora: Regiane Aparecida Caire da Silva

Resumo
O termo iluminura, divulgado e utilizado pelos autores medievais a partir do século IX, está relacionado ao verbo latino illuminare, significa qualquer tipo de ornamentação ou ilustração dos manuscritos que busca destaque por meio da imagem. Recurso muito utilizado na Idade Média, em obras mais refinadas a imagem poderia ser encomendada a artistas habilidosos ou decoradas por monges (ou monjas) nos mosteiros, agregava valor estético e alto custo de produção, portanto, destinadas a um público seleto. Igualmente seleto era o proprietário do livro de horas manuscrito, um objeto pessoal, repleto de imagens, de pequeno formato, fácil de manusear e devocional, destinado à oração em contexto laico na intimidade do lar, refletiu o novo pensamento da sociedade medieval do século XIV: a Devotio Moderna. Com esta tipologia encontramos códices iluminados e obras impressas com o surgimento da imprensa de Gutenberg no século XV. Este trabalho aborda como as iluminuras foram representadas no livro impresso, como mantiveram aproximações visuais por um período alargado. A imagem no livro impresso foi atendida por meio do processo xilográfico e o texto manuscrito com o recurso dos tipos móveis. Mas essa primeira produção da imprensa, os incunábulos, procurava imitar o manuscrito para conquistar o seu público, acostumado com as iluminuras. Assim, colorir a gravura foi um procedimento adotado pelos editores. Ao longo da pesquisa, iniciada em 2014, perceberam-se resultados diferenciados neste modo de colorir que nos fez inferir no que seria uma “gravura iluminada” e defender a existência de uma “pintura com o gabarito impresso”. A gravura iluminada teria a própria gravura como determinante do volume, luz e sombra, a cor diluída somente separaria os planos. Já a pintura com o gabarito impresso tem a gravura como um molde, semelhante ao que era feito com os manuscritos (pouncing ou pricking) para agilizar e multiplicar o desenho da figura, a pintura, portanto, determina todo o volume. Deste modo, a gravura quase não aparece sob a camada espessa da tinta o que se assemelha, visualmente, a uma iluminura (original). No primeiro momento da investigação as análises ocorreram nos livros de botânica, com recorte na produção do período oitocentista. No entanto, o interesse me fez recuar à Idade Média, na fronteira da produção dos manuscritos e dos incunábulos, com o intuito de compreender se o resultado encontrado na pesquisa do século XIX seria condizente a do início da imprensa; o que realmente aconteceu. Durante quatro séculos colorir manualmente as
imagens nos livros foi um procedimento recorrente, atividade esta superada apenas com o surgimento do processo da Cromolitografia, patenteada em 1837, a qual pôde imprimir imagens coloridas de maneira mais rápida e com menor custo, iguais entre si em todos os exemplares da edição.